A transição de gênero é um momento único e muito significativo na vida de uma pessoa trans. É quando o corpo, a identidade e a expressão de gênero começam a se alinhar de forma mais plena. Nesse processo, é comum que se fale sobre hormonização, cirurgias e acompanhamento psicológico, mas nem sempre a preservação da fertilidade entra nessa conversa desde o início.
Por que pensar na fertilidade antes da transição?
Alguns tratamentos utilizados na transição de gênero, como a terapia hormonal, podem afetar de forma temporária ou permanente a produção de gametas (óvulos ou espermatozoides). Isso significa que, caso a pessoa queira ter filhos biológicos no futuro, é importante conversar sobre as opções de preservação antes de iniciar esses tratamentos.
Cada corpo responde de um jeito e não existe um “prazo padrão” para a perda da função reprodutiva, mas os especialistas recomendam fazer o congelamento de gametas antes do início da hormonização ou de procedimentos cirúrgicos que removam ovários ou testículos.
Quais são as opções de preservação de fertilidade?
- Para pessoas transmasculinas (homens trans e pessoas não-binárias designadas mulheres ao nascer):
O congelamento de óvulos é o método mais indicado antes do início da terapia com testosterona. É um procedimento rápido, que dura algumas semanas, e permite armazenar os óvulos para uso futuro. Realizada antes da hormonização evitará incomodos como a interrupção do processo em andamento ou ainda uma baixa resposta em número de óvulos. - Para pessoas transfemininas (mulheres trans e pessoas não-binárias designadas homens ao nascer):
O congelamento de sêmen é simples, indolor e pode ser feito rapidamente, antes do início da terapia com estrogênio ou bloqueadores de testosterona. Estes casos são os mais propensos à parada definitiva da produção de gametas após a hormonização.
E se a hormonização já tiver começado?
Em alguns casos, é possível interromper temporariamente a terapia hormonal para tentar recuperar a função reprodutiva e coletar gametas. No entanto, a resposta varia de pessoa para pessoa, e essa decisão deve ser tomada junto com o médico que acompanha a transição.
Respeito e acolhimento em cada etapa
Na Pluris, entendemos que falar sobre fertilidade durante a transição de gênero pode gerar dúvidas, ansiedade e até desconforto. Por isso, nosso atendimento é inclusivo, sem julgamentos e adaptado às necessidades de cada pessoa.
A preservação da fertilidade é uma escolha — não uma obrigação —, mas ter acesso à informação clara e respeitosa permite que você tome decisões alinhadas ao seu futuro, seja ele com filhos biológicos, por adoção ou de outras formas.