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Suporte para pessoas em transição de gênero
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
23/03/2023

Saiba como é feito o suporte para adequação do gênero e porque o atendimento multidisciplinar é tão importante

O que é identidade de gênero?

A identidade de gênero é a expressão utilizada para explicar a maneira como as pessoas se sentem em relação ao próprio gênero. Ou seja, um indivíduo pode nascer designado a um gênero, mas se identificar como sendo uma pessoa do sexo oposto.

Hoje é cada vez mais comum encontrar o suporte para pessoas em transição de gênero – ou seja, pessoas nascidas biologicamente como homens e que se identificam como mulheres – ou vice-versa, conhecidas como transgêneros ou transexuais.

Como funciona o processo de afirmação de gênero?

A transição de gênero, em geral, tem início com a hormonioterapia, um dos principais recursos no auxílio para que as pessoas trans consigam readequar seus corpos para o sexo desejado. Mas isto não é tudo.

Sendo assim, dentro do contexto de suporte para pessoas em processo de transição de gênero, podemos destacar que o tratamento hormonal precisa estar aliado a uma estrutura psicológica de apoio para que as pessoas se entendam nesse momento e identifiquem corretamente o caminho a tomar para se sentirem mais satisfeitas e felizes com a própria aparência.

Algumas pessoas transexuais recorrem também a recursos cirúrgicos. Entre eles estão a colocação de próteses de silicone nas mamas, mamoplastia masculinizadora e as cirurgias de redesignação da genitália.

Na redesignação transfeminina, parte do pênis é removida, preservando a uretra, a pele e os nervos que garantem sensibilidade à região. Também são removidos os testículos, garantindo a preservação da pele da bolsa escrotal. É aberto, então, um espaço para abrigar a neovagina, com cerca de 12 a 15 cm, fazendo uso da pele do pênis e do saco escrotal para revestir a região. A uretra e o aparelho urinário são, portanto, adaptados para que a urina saia por um orifício acima da neovagina. Também é utilizada a glande para a formação do clitóris, garantindo a sensação de prazer durante o ato sexual.

Com relação à cirurgia de redesignação da genitália do transmasculino, a mais comum é conhecida como metoidoplastia. É necessário o tratamento hormonal antes da cirurgia para que ocorra o aumento do tamanho do clitóris. No ato cirúrgico, são feitas incisões ao redor do clitóris, desprendendo-o do púbis de forma a deixá-lo mais livre para movimentar-se; parte do tecido da vagina é utilizado para aumentar o comprimento da uretra, que fica na parte interna do novo pênis e o saco escrotal é feito a partir dos grandes lábios, que recebem implantes de silicone que simulam os testículos.

É possível ter filhos com a transição hormonal?

Sim, mas depende. Durante o processo de transição de gênero, é preciso que os indivíduos sejam informados pelos médicos sobre a importância crucial de preservar o próprio material genético antes de dar início à terapia hormonal.

Isto é necessário pelo fato dos hormônios aplicados – masculinos em homens trans e femininos em mulheres trans – poderem comprometer a fertilidade dessas pessoas. Uma vez iniciada a terapia hormonal, pode ser que a esterilidade seja irreversível.

A melhor técnica para garantir que pessoas transexuais tenham filhos biológicos é o congelamento de sêmen para mulheres trans e de óvulos para homens trans em datas anteriores ao início da terapia hormonal. De tal forma, é possível, posteriormente, descongelar os gametas e criar o embrião em laboratório, na técnica conhecida como fertilização in vitro (fiv).

Com o embrião devidamente formado – unindo o gameta da pessoa trans com o outro gameta faltante –, é possível transferi-lo para o útero, sendo esse do próprio homem trans, da companheira cisgênero do homem ou da mulher trans ou de uma barriga solidária, quando necessário. Casais formados por mulher trans e homem cis, por exemplo, costumam necessitar do útero de substituição.

Como é oferecido o suporte para pessoas em processo de afirmação de gênero?

O processo de afirmação de gênero pode ser desafiador, desgastante e até mesmo doloroso para muitas pessoas. Quando esta jornada inclui a tentativa da geração de uma família por técnicas de reprodução humana, por exemplo, os percalços podem ser maiores.

Portanto, é muito importante que o suporte para pessoas em processo de afirmação de gênero seja multidisciplinar, agregando médicos de diferentes especialidades, bem como psicólogos, fonoaudiólogos e uma rede de apoio – familiares e amigos –, com diálogo, empatia e cooperação.

Para saber mais sobre este e outros assuntos, entre em contato agora mesmo com a Clínica Pluris.

 

Fontes:

Sociedade Brasileira de Reprodução Humana

Associação Nacional de Travestis e Transexuais

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