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Estratégias para preservação de fertilidade de pessoas trans
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
08/12/2022

A maternidade ou a paternidade biológica para pessoas trans já são consideradas um desafio superado pela reprodução humana assistida.

Entender quais são as possibilidades de estratégias para preservação de fertilidade de pessoas trans é parte fundamental dos procedimentos de reprodução assistida, que visam garantir às pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ a concretização do sonho da maternidade e da paternidade.

Gerar uma nova vida pode ser um desafio quando lidamos com relacionamentos entre pessoas transexuais, mas a missão da Clínica Pluris é orientar e prevenir obstáculos, abreviar caminhos e encontrar soluções para garantir essas realizações. Neste conteúdo, vamos entender quais são as estratégias para preservação de fertilidade de pessoas trans.

Transição hormonal e os impactos no corpo

Pessoas trans são aquelas que se identificam com o gênero oposto ao designado no nascimento. Portanto, hoje a medicina já dispõe de uma série de tratamentos hormonais e até cirúrgicos para auxiliar nessa transição de gênero.

É preciso destacar que todas as pessoas nascem com produção tanto de estrógeno quanto de testosterona. O primeiro, considerado feminino, é predominante em pessoas que nascem biologicamente como mulheres, e o segundo, nos que nascem biologicamente como homens.

Os hormônios femininos e masculinos são responsáveis pela determinação de diversos aspectos morfológicos e fisiológicos do corpo, como voz, altura, pelos e massa muscular, sendo produzidos, em sua maior quantidade, pelos ovários e testículos.

Homens trans

Em síntese, os homens trans, nascidos biologicamente como mulheres, passam a ingerir ou aplicar hormônios masculinos, como a testosterona, como forma de garantir as alterações fisiológicas que os levam à transição de gênero. Com a hormonização, os pacientes adquirem:

  • Surgimento de barba e aumento de pelos nos membros, em áreas caracteristicamente masculinas das pernas e braços;
  • Mudanças no timbre de voz, tornando-a mais grave;
  • Aumento da libido;
  • Ganho de massa muscular;
  • Aumento do clitóris;
  • Interrupção do fluxo menstrual e, frequentemente, da ovulação.

Em geral, alguns dos pacientes podem até mesmo desenvolver calvície e acne, características associadas à masculinidade. A hormonização masculina traz algumas consequências irreversíveis, como a voz masculinizada. Também é difícil para homens trans, depois da transição, manterem a fertilidade genética de seus óvulos, fazendo com que as estratégias para preservação de fertilidade de pessoas trans sejam necessárias caso esses indivíduos desejem uma paternidade genética no futuro.

Mulheres trans

De igual modo, as mulheres trans, que são aquelas que nascem biologicamente em um corpo masculino, podem buscar um tratamento hormonal para sua transição de gênero. A respeito, podemos citar que o estrogênio provoca efeitos que ressaltam a aparência feminina, como:

  • Gordura mais bem distribuída pelos quadris;
  • Pequena redução no tamanho do pênis;
  • Massa muscular e energia podem ser reduzidas;
  • Pelos mais fracos.

Muitas mulheres trans também costumam combinar a hormonioterapia com tratamentos a laser para garantir a eliminação dos pelos. E, de igual maneira com relação ao caso dos homens trans, podemos citar que a ingestão de hormônios femininos pode impactar negativamente na qualidade do sêmen, gerando a infertilidade na mulher trans.

Portanto, as estratégias para preservação de fertilidade de pessoas trans passam também por congelar o material genético masculino antes do início da transição de gênero, caso seja o desejo da paciente gerar um filho com a participação de sua genética no futuro.

Como preservar a fertilidade de pessoas trans?

As estratégias de preservação de fertilidade de pessoas trans seguem a mesma lógica tanto para homens quanto para mulheres: é necessário trabalhar pelo congelamento do material genético saudável dos pacientes antes que esses iniciem um tratamento hormonal para redesignação de gênero.

Vamos entender melhor o passo a passo de ambas as situações — congelamento de óvulos e de espermatozoides — na próxima etapa desta página.

Congelamento de óvulos para homens trans

É cada vez mais comum que as pessoas comecem a transição de gênero ainda na puberdade, situação em que os tratamentos de preservação de fertilidade são mais difíceis, uma vez que muitos dos pacientes fazem uso de bloqueadores hormonais para retardarem as transformações em seu corpo.

No entanto, para que a estimulação ovariana seja feita em homens trans, ele já precisa ter passado, obrigatoriamente, da fase púbere. Portanto, as estratégias para preservação de fertilidade de pessoas trans, no caso dos homens, deve ser feita por meio de um congelamento de óvulos antes da terapia hormonal.

Aqui, realiza-se uma estimulação ovariana para que sejam captados e vitrificados os óvulos para utilização posterior, caso o homem trans deseje utilizá-lo na gestação de uma parceira — ou na situação em que o próprio homem transexual opte por gerar o filho.

Congelamento de sêmen para mulheres trans

Dando continuidade ao entendimento das estratégias para preservação de fertilidade de pessoas trans, agora na situação das mulheres trans, é preciso destacar que o estrogênio e o espironolactona utilizados no tratamento hormonal podem trazer lesões ainda mais críticas do que na situação dos homens trans.

Cerca de 50% a 70% das mulheres hormonizadas podem ter a inibição na produção dos espermatozoides, com uma espermatogênese prejudicada de tal maneira que pode vir a se tornar até mesmo irreversível. Portanto, é de fundamental importância que as mulheres trans coletem seu material genético para preservação da fertilidade antes da transição de gênero.

A coleta de sêmen é feita pela própria paciente, por meio de masturbação, e o material é armazenado em frascos, sendo posteriormente congelado em temperaturas abaixo de -1 96ºC; mais tarde, pode ser descongelado, garantindo a fertilidade dos espermatozoides para a geração de um filho. Além disso, se a paciente trans estiver em um relacionamento com uma mulher cisgênero, a geração do filho pode ser realizada nessa parceira.

Nos casos em que a paciente opta por uma produção independente ou decide ter o filho com um homem cisgênero, é necessário que o casal busque uma barriga solidária para que a criança seja gerada.

Para entender mais sobre as estratégias de preservação de fertilidade de pessoas trans, envie uma mensagem para a Clínica Pluris e agende agora mesmo a sua avaliação.

 

Fontes:

Sociedade Brasileira de Reprodução Humana: SBRH

Equipe Clínica Pluris

Capa – Associação Brasileira de Reprodução Assistida | SBRA

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